sexta-feira, 20 de novembro de 2009

“Canta-nos uma música de Sião”

captivity

Sentados às margens do principal rio da Babilônia, os deportados choravam e lamentavam seu exílio e a desolação de Jerusalém, a Santa Cidade. Eles se havia proposto não mais cantar enquanto não cruzassem os umbrais da cidade de Davi. Eles não consideravam que a música de Sião devesse ser cantada em lugares estrangeiros.  Ainda assim, eram constantemente instados por seus captores a cantarem aquelas músicas, músicas de Sião.

 

Esta cena, retratada no Salmo 137, nos fornece algumas lições muito significativas quanto à música.

 A música de Sião era alegre.  O verso 3 do Salmo 137, literalmente, diz que os que atormentavam aos cativos queriam que eles mostrassem  simchah ou alegria. Esta alegria era diferente daquela proporcionada pelas músicas da própria Babilônia. Era uma alegria que brotava da contemplação das obras magníficas do Senhor Onipotente, como o transbordar do coração em adoração, que aos borbotões, se traduzia em música solene e alegre louvor. Por isto, era agradável e alegre.

Os músicos e a música eram de Sião. Os babilônios não pediram aos deportados que utilizassem seu talento musical para cantar músicas de Babilônia, nem que transformassem a música da Babilônia à maneira da música de Sião, para torná-la mais agradável aos ouvidos babilônios ou às bocas dos cantores judeus. Na verdade, os próprios babilônios reconheciam que os cativos eram pertencentes a Sião e sua música era dali proveniente e inspirada nas experiência que eles ali tiveram.

A música de Sião era diferente. Não se pode superestimar este aspecto. As música de Sião era diferente. Não assemelhada em nada àquelas que os captores estavam acostumados a ouvir, escutar e desfrutar. Ela era diferente! Diferente na essência e na forma. Não eram sensuais melodias, cujo efeito era agigantado pelo consumo desenfreado de bebida forte ou vinho. Nem eram ritmadas músicas de celebração imperial, acompanhadas da procissão dos vencedores.

Na verdade, eram músicas, cuja essência era a adoração e a forma era o louvor. Deste binômio, cuja fonte era a certeza da Presença de Deus na vida e o objetivo era estar com a vida na Presença de Deus, brotava toda forma de música daqueles cativos.

Esta diferença era de tal forma marcada que chamou a atenção dos captores, que solicitavam que eles cantassem aquelas músicas. Eles não encontravam nada semelhantes às músicas de Sião na Babilônia. christian-rock

Por outro lado, os cativos judeus não buscaram igualar sua música a do mundo de seu tempo. Não pensavam que para conseguir uma integração com os povo de Bel, eles deveriam copiar as músicas deles. Não pensavam que por estarem imergidos na cultura de Marduk, deveriam alterar sua características de cidadãos de Sião. Eles ainda eram cidadãos de Sião.

E hoje? Será que nossa música ainda pode ser de tal forma diferenciada da música da Babilônia, de maneira que eles peçam para que cantemos as músicas de nossa pátria, Sião? Será que estamos demonstrando ainda ser cidadãos de Sião, com música de Sião, com vida de Sião, ou fomos engolidos pela cultura e nada mais somos do que um grupo de diferentes iguais?

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