segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Orkut

 

Não gosto do Orkut. Já gostei e gastei muito tempo naquele negócio. Mas hoje, já orkuticidei por duas vezes.

E há diversos motivos pelos quais não gosto: perda de tempo, perda de tempo e perda de tempo são três deles. Mas há outros. Um dos principais é que a criação de tipos para cada orkuteano é teatral demais. O Orkut é como uma mescla virtual de a Fazenda com Big Brother, em tudo o que há de falso e sem noção em cada um dos programas. Todos vivem uma grande peça teatral, com vistas sabe lá a quê.

Essa liberdade para ser um outro, uma personagem, permite que o orkuteano fale dos mais variados assuntos, como especialistas ou expressando suas idéias e opiniões sem a mínima culpabilidade ou responsabilidade sobre elas. E, de fato, o fazem alhures. E também no campo religioso.

Olhando as comunidades que carregam o nome de adventistas este fenômeno se torna mais deprimentemente claro, mas nos permite ter um vislumbre de como anda a fé e o comprometimento de nossos jovens e membros.

A principal comunidade no orkut relacionada com os adventistas é a Adventistas do Sétimo Dia. As outras comunidades de uma forma ou de outra são devedoras ou diretamente saídas desta comunidade. Segundo a última contagem (acessada dia 16/08/2009), esta comunidade conta com 74.898 membros. Entratanto, destes quase setenta e cinco mil membros, não mais que 500 são ativos na comunidade. De fato, as discussões costumam sempre ser travadas entre um grupo de 50 a 100 membros.

Há um recorrência de temas, geralmente amenidades, conversas sem cunho religioso, coisas do dia a dia. Estes tópicos crescem de forma quase instantânea. Do outro lado, encontram-se os tópicos relacionados com assuntos bíblicos, que não crescem e não passam de alguns poucos participantes e mensagens, geralmente reclamando que aquele assunto é bobagem, chato e que não salva.

Não fosse já perigoso este desdém por temas bíblicos por parte da maioria dos participantes ativos da comunidade, sobejam ainda acusações veladas e não tão veladas contra a liderança da Igreja, pastores, etc. Destarte, não se poupam mesmo os princípios da igreja, princípios da Bíblia, trocados pelo "eu acho", "eu penso", "mesmo que a Bíblia diga, eu penso que é assim", "Ellen White não me diz nada...", "A igreja não manda em mim", "eu faço o que eu quero", "o que vale é o que me aproxima de Deus".

Por fim, acontece o que talvez seja um dos piores problemas nesta comunidade. O péssimo testemunho de muitos que se dizem Adventistas. Não poucos não adventistas frequentam ou participam esporadicamente da comunidade, com questionamentos sobre nossas crenças, sinceros ou não, e são rechaçados da forma mais sarcástica e mal educada possível. Destes, alguma vezes, lemos mensagens que afirmavam que se aqueles eram os adventistas, infelizmente eram a pior representação do adventismo, ou que esperavam sinceramente que aquela forma simpática de receber aqueles que pensam diferentemente de nós não fosse o normal da Igreja Adventista.

O que pensar de tudo isto? Posso pensar apenas que há uma total falta de comprometimento com os princípios da Bíblia, por parte daqueles que deveriam defendê-los. Vive-se em uma época de relativismo, no qual a IASD é apenas uma parte ínfima, pequena do grande corpo do cristianismo, absolutamente sem diferencial salvífico ou identidade profética e bíblica. Apenas mais um entre muitos e diferentes caminhos.

Não penso assim. Não posso pensar assim, sem deixar de pensar que a profecia então falhou! Que a Bíblia não é a Firme Palavra Profética. Como, ao contrário, penso firmemente que cada palavra pronunciada de Deus, por Deus, é direta e infalível, penso que quando Ele previu o surgimento desta Igreja em 1844, Ele definitivamente a tinha em mente como um povo especial, separado e santo, a ser preparado para a transladação, mas que leva a resposabilidade de pregar a palavra de Deus a todos, conclamando-os a viver uma vida santa e ase juntarem ao povo de Deus a ser glorificado.

Rebaixar princípios? Nunca, jamais. Por isto não gosto do Orkut.

Nenhum comentário:

Postar um comentário