sábado, 21 de abril de 2012

Cinema e não Cinema, eis a questão!

Davi Franca

(Gostei do texto abaixo, e resolvei postar para vocês)

Embora muitas vezes essas discussões percam o foco do objeto (argumento) para o sujeito (defensor), não podemos nos esquecer do predicado (fundamentação do argumento). Contudo, antes de passar ao predicado, gostaria de reafirmar minha convicção de que esse é um tema mais do que pertinente hoje. Parabéns aos que tiveram coragem de postar sua opnião e seus argumentos. Nenhum de nós está aqui para fechar a questão, mas para enriquecer a reflexão pessoal e fornecer, quem sabe, ferramentas para o ministério com nossos jovens.

Bem, vamos ao predicado.

(Obs.: 1 - minha argumentação não é quanto aos filmes, pois, dizer que cinema não é nocivo para os jovens, se o filme for bom, é o mesmo que dizer que o sexo pré-marital não é nocivo, se eles usarem preservativo. É claro que o problema está nos filmes, mas, como o sexo sem preservativo, no cinema, o filme é potencialmente mais perigoso. Como veremos.2 - A fundamentação pode parecer meio técnica no início , mas o objetivo é fornecer recursos para que cada um "monte" sua propria linha de argumentação, caso deseje.)

Creio que temos alguns princípios atemporais que podem fundamentar nossa argumentação contrária à frequência ao cinema:

1 - Argumento Ético - O cinema é uma droga!

Drogas viciam. Fazem mal e matam. Mas o que eles querem de verdade é o seu dinheiro. É claro. Mas, e daí. Todo mundo quer. Mesmo as grandes companhias que produzem produtos "bons" e úteis, como smartphones, automóveis, brinquedos e etc. querem, de fato, seu dinheiro.

Qual o problema com o cinema então? Bem, desde sempre, a indústria cinematográfica engana o cérebro pra conseguir o dinheiro do público, como a indústria das drogas. Primeiro, foram os intervalos negros entre os frames. Depois, as mensagens escondidas nesses quadros. Como virou escândalo, surgiram as mensagens subliminares de fato, captadas pela mente nas imagens do filme em si. Depois vieram os efeitos visuais e agora o 3D.

Ah! Não posso me esquecer do áudio. Cinema sem áudio é igual doce sem açúcar. A "evolução" do áudio está para o cinema como a da internet está para a computação. Não é segredo pra ninguém que a frequência ao cinema explodiu com a chegada do som. Nos EUA, por exemplo, de 50 milhões de expectadores por semana, para 110 milhões, isso em 1929.

Para saber mais sobre os efeitos do áudio no cérebro, leia: http://www.omnisonic.com/bbillings.html

Para saber mais sobre a história do cinema, veja o site da Universidade de Houston: http://www.digitalhistory.uh.edu/historyonline/hollywood_history.cfm

Então é assim, eles querem muito dinheiro. Entenda, é muito dinheiro mesmo! Para isso, precisam viciar o público. Como fazem isso? Enganando nosso cérebro. Toda e qualquer produção cinematográfica, vista em qualquer lugar, faz com que nosso cérebro produza neurotransmissores e os recapte de forma diferente da que foi planejada por Deus. Toda e qualquer produção cinematográfica tem potencial maior ou menor de isolar nosso sistema motor (área que os especialistas dizem estar os instintos) do córtex pré-frontal (área em que os especialistas dizem estar a razão), fazendo o espectador "se perder" na cena.

Em sua crítica à produção AVATAR, Jonah Lehrer, neurocientista, editor da Wired e colaborador do The New York Times diz: “At its core, movies are about dissolution: we forget about ourselves and become one with the giant projected characters on the screen. In other words, they become our temporary avatars, so that we're inseparable from their story. (This is one of the reasons why the Avatar plot is so effective: it's really a metaphor for the act of movie-watching.)

Veja o que diz esse estudo da Universidade Hebraica: "Our results show a clear segregation between regions engaged during self-related introspective processes and cortical regions involved in sensorimotor processing. Furthermore, self-related regions were inhibited during sensorimotor processing. Thus, the common idiom ''losing yourself in the act'' receives here a clear neurophysiological underpinnings."

Para saber mais, leia o artigo na íntegra em:

http://psiexp.ss.uci.edu/research/teachingP140C/Papers/hasson_2004.pdf

O Problema é que as salas de cinema são projetadas para amplificar esse potencial nocivo. Dilatação das pupilas, relaxamento muscular periférico, baixa/alta frequência do sistema de som, enxurrada de dopamina no córtex pré-frontal e por aí vai.

Resultado: dependência psico-físico-bio-químico-neurológica, na certa!

Seja sincero! De onde vêm isso? Por isso, repito, o problema é sim o lugar.

Como cristão, discordo do método utilizado pela indústria cinematográfica para obter seus lucros. É uma indústria anti-ética em todos os seus pormenores. Mas quando o assunto é a sala de cinema em si, aí a coisa piora.

2 - Argumento Social - O Cinema afasta as pessoas!

Não me venha com essa de que cinema é um programa social! A menos que você seja parte de um casal de namorados que gosta do escurinho para se “aproximar” mais! No cinema você se transforma num anônimo, isolado do colega do lado, ou do filho, ou de quem for. Rodeado por estranhos, sem poder discutir o tema. Afinal, a interação social sempre foi baseada no diálogo, que é proibido no cinema, sob pena de disciplina por remoção. Cinema não é lugar para conhecer gente nova, aprender novos bons hábitos ou desenvolver confiança nas pessoas. Não é pra isso que as pessoas vão ao cinema. Pra isso elas tem a igreja, o que sai mais em conta. Aliás, não é segredo também que a frequência à igreja e ao cinema são inversamente proporcionais. Não deixa de ser curiosa, ainda, a relação entre a explosão do cinema e a falência da família, a tal “célula matter da sociedade”.

Como cristão, discordo da utilização do cinema como programa social. A experiência mostra que, em vez de aproximar as pessoas, o cinema as afasta. Creio que temos inúmeras boas alternativas para o convívio social. Se não temos, devemos criá-las.

3 - Argumento Financeiro - O cinema é um roubo!

Em tempos de crise global, as empresas estão fazendo o máximo para cortar custos e manter lucros. A indústria cinematográfica tem dificuldade de cortar custos, pois sustenta a ostentação de “estrelas”. O custo chega ao consumidor final na forma de ingresso. Promoções imperdíveis, programas de fidelidade, sorteios, meia para estudantes são métodos de estimular a assiduidade.

É evidente que esse processo se repete em todos os setores produtivos, mas com um cinema, há um detalhe interessante. O que o cinema produz de bom? Uns diriam cultura. Outros arte. Eu digo NADA. O máximo de “concreto” que o cinema produz são o consumismo e o modismo. O cinema é de fato a indústria da ilusão. R$ 30, R$ 40, 50$, ou mais, por nada mais que cento e poucos minutos de pura ilusão, fora a pipoca. E agora têm as salas VIP, onde você tem todo o “conforto”. Quatro vezes por mês, isso pode levar mais de duas centenas de reais do seu orçamento. Dinheiro que poderia ser muito melhor empregado no cuidado com a saúde pessoal, em uma especialização, em um curso profissionalizante, em bons livros e tal.

Se alguém que você não conhece se aproxima de você e pede R$ 200,00 de forma incisiva, você já sabe que é um roubo. Esse pessoal faz isso todo mês com nossos jovens e ninguém fala nada. E tem gente que diz que os pastores não podem mais “falar mal” do cinema.

Como cristão, não considero sensato usar os recursos que Deus me dá por meio do esforço do trabalho para sustentar a ostentação da fábrica de ilusões do cinema.

4 - Argumento Espiritual - O cinema nos afasta de Jesus!

Não. Não é verdade que Jesus fica do lado de fora do cinema. Esse é um argumento desesperado de pais que não querem ver seus filhos metidos em encrencas. Então, é mais fácil dizer que Jesus fica de fora de qualque rlugar que eles não querem que seus filhos vão.

O problema não é Jesus ficar fora do cinema. O problema é quando Ele fica fora do coração, ou melhor, da mente. O cinema é o meio mais eficaz de promoção do amor ao mundo. E a Bíblia diz que se alguém ama o mundo o amor de Deus não está nele. Todos sabemos que isso não significa que Deus não ama mais aquele que ama o mundo, e sim que aquele que desenvolve amor pelo mundo não consegue mais amar a Deus da mesma forma. Criaram uma palavra bonita pra isso: Secularismo.

Dizem que nossa igreja está secularizada, e por isso, se falamos para os jovens não irem ao cinema, eles não vão querer mais ir à igreja. Pode acontecer com alguns. Mas o jovem adventista é sensível para perceber nossa sinceridade. Estamos mostrando que o cinema é prejudicial para sua fé? Ou será que estamos apenas tentando exercer autoridade?

Nossa natureza pecaminosa e nosso amor pelo mundo são excitados ao máximo pelo cinema, que assim nos afasta de Jesus. Por isso, como cristão, creio que não devo permitir que minha vida espiritual seja empobrecida pelo cinema.

5 - Argumento Missiológico - O cinema é nocivo para o senso de missão!

Sal da Terra? Luz do Mundo? Conversa! Os cristãos de uma forma geral têm sido apagados e se tornado insípidos pelo que o mundo diz que é “legal”. “Jesus comeu com pecadores!” “Jesus ia às festas!” “Jesus era normal!” Dizem os defensores do entretenimento. Esquecem que o cinema da época de Jesus eram as lutas dos gladiadores. O UFC de então. Ou o ainda incipiente teatro, onde personagens simulavam batalhas, atos sexuais e coisas afins. Talvez as corridas de cavalos, origem do nome circo.

Tenho cá minhas dúvidas sobre o fato de Jesus ter gasto dinheiro para assistir a um desses “espetáculos”. Por que? Primeiro, porque a Bíblia não diz que Ele o tenha feito. Segundo, porque não me parece que seria uma atividade condizente com o Seu perfil traçado pelos evangelhos. Terceiro, porque Jesus tinha uma missão.

Mesmo quando estava com “pecadores” seu objetivo era salvá-los. Não queria apenas gastar tempo com eles. Queria transformar suas vidas. Como? Mostrando que tinha algo melhor.

Gostei do comentário do colega Tomaz Abrantis da Silva sobre o “Calebe na veia!” Se conscientizarmos nossos jovens de sua missão nesse mundo eles verão que o cinema não ajuda em nada. Ao contrário só atrapalha. Por que? Todo colportor sabe que tem que acreditar no livro que vende para ter sucesso. Como acreditar em um novo céu e uma nova terra, na eternidade, na volta de Jesus se estimulo minha mente a se fixar cada vez mais nas coisas deste mundo?

Imagens e sons potencializam a gravação de conceitos mundanos e impuros na mente dos nossos jovens. Na hora, parece que não aconteceu nada. Mas quando a carne é desafiada seja no namoro, nas amizades, na vida, na faculdade, ou nos planos para o futuro, as decisões virão do incosciente. E o que é que tem lá? Holywood tem a resposta.

No Antigo Testamento, Israel foi escolhido para mostrar às nações ao redor como era o verdadeiro e único Deus. Ao se acomodarem ao estilo de vida das nações ao redor, perderam seu foco, seu senso de missão e sua identidade. Não podemos deixar o drama se repetir.

Como cristão, creio que devo evitar o cinema, pois estimula minhas paixões e impulsos e grava conceitos mundanos em minha mente, me torna acostumado com o mundo, enfraquece minha espiritualidade e minha fé nas promessas de Deus, me fazendo perder o senso de urgência de minha missão.

2 comentários:

  1. Assino em baixo de tudo. Os argumentos são muito interessantes, e logicamente cabe uma reflexão de nossa parte.

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  2. Olá! me chamo Gleicy e faço o primeiro ano de Jornalismo,e estou fazendo um trabalho sobre cinema na igreja adventista e gostaria de saber se tens alguma coisa além do que tem postado aqui sobre o cinema? se tiveres não mandarias para o meu email por gentileza?gleicy_gpa@hotmail.com

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